terça-feira, 19 de abril de 2011

Na realidade, nada sei.

Hoje foi mais um dia vazio. Um dia tão grande que pareceu não ter fim e ao mesmo tempo tão pequeno que se tornou impossível dar um passo em frente nesta enorme caminhada. Foi um dia triste, a chuva caía lá fora e a luz do dia quase se recusou a entrar pelo vidro da janela do meu quarto. Foi como se a vida me quisesse isolar para pensar nestes últimos tempos. Bom, acho que a minha mente decidiu seguir essa ordem, pois na realidade estive o dia todo a tentar encontrar uma resposta e a ponderar todas as minhas dúvidas e hesitações. Infelizmente, não encontrei uma resposta concreta para aquilo que há tanto tempo procuro. Mais uma vez, admito que não fui forte. Deixei-me levar e recuei no tempo, quase um ano. Voltei aquela ilha fantástica onde aconteceu toda a magia $ voltei ao tempo em que tudo parecia um conto de fadas. Eu posso realmente dizer que aí estava feliz. Com pessoas novas, sem problemas na minha cabeça a tirar-me o sono. Foram 3 meses repletos de magia e felicidade, três meses que também me fizeram mudar e amadurecer, tanto por fora, como por dentro. Conhecer aquela gente, fez-me perceber que o caminho que estava a seguir na minha vida “anterior” não era o mais certo, e muito menos aquele que me iria fazer crescer. Fez a Vera antiga conhecer-se a si mesmo, explorar o seu interior e deixar de ser a menina envergonhada e cheia de dúvidas que todos conheciam. A Vera aprendeu que os obstáculos que aparecem no nosso caminho não são quadros de arte que devemos contemplar, mas também não são pequeninas pedras colocadas no nosso caminho apenas para calcarmos, sentir-mos um minúsculo desconforto e continuarmos a caminhar. Estas barreiras por mais inúteis e fracas que sejam servem sempre para aprendermos alguma coisa, para amadurecermos um pouco mais. E sim, elas foram muitas durante esse tempo. Amizades, família e principalmente a distância que aquele maldito oceano me proporcionava da minha zona de conforto (…) aquele sitio não foi, é, nem será o meu lugar. Mas depois de tudo o que passei, de tudo o que ergui e aprendi, tornou-se a minha segunda casa. Se me perguntarem alguma vez qual o melhor sitio para pensar, relaxar e principalmente ser feliz, eu sem dúvida direi S. Miguel  (:  querem saber outra coisa que mudou verdadeiramente? A Vera de hoje, é uma pessoa super extrovertida que aprendeu a sorrir, certamente.   hoje, a vida ofereceu-me estes momentos para me encontrar comigo mesma e estou feliz. Realmente, estou feliz. Mais do que nunca talvez. A saudade aperta, é certo. Mas sinto-me deveras afortunada comigo mesma. Por conseguir usufruir destes exíguos momentos. Actualmente a minha felicidade não podia estar mais completa. Tenho as pessoas que mais idolatro ao meu lado. Quanto às minhas dúvidas, será que algum dia terei de encontrar uma resposta concreta para elas? Não sei, mas nem tudo tem resposta. Ou será que tem? Não sei. Será que preciso de um porquê para me sentir assim? Também não sei. No final de contas não sei de nada, só sei que me sinto como sinto.


Vera Pereira,
4/10/2010, 21:52

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