Passar por esta contrariedade
Sem remoer nos “porquês”
E mantendo alguma vaidade.
Será culpa tua? Jamais…
O guião já tinha sido escrito
E neste mar de vendavais
Nunca te ouvimos um grito.
Se isto faz sentido? Sei lá…
A incerteza não nos conforta,
Mas o que a vida nos dá
Não é a única coisa que importa.
Amanhã será melhor? É irrelevante…
Agarrar-me-ei esta madrugada
A algo insignificante,
Que me manterá motivada.
Da tua perda, já sei o sabor
E já chorei toda a nossa saudade,
Ao despedir-me, pedi-te um favor…
Volta p’ra nós e volta de verdade.
Não quero ficar a sós
Com este amor que nos amarra
Acompanha a minha voz
E dá-me guitarra.
Já nos vejo renascidos
Numa azáfama tranquilizadora
Com projectos enriquecidos
E a tua mente mais sonhadora.
Os afectos, mais frequentes
E bem próximos do que eu sonhara.
Os receios? Estão ausentes.
A ferida dói, mas também sara.
Da tua perda, já sei o sabor
E já chorei toda a nossa saudade,
Ao despedir-me, pedi-te um favor…
Volta p’ra nós e volta de verdade.
Não quero ficar a sós
Com este amor que nos amarra
Acompanha a minha voz
E dá-me guitarra.
Catarina Gonzalez Feio
24 de Julho de 2010
Poema escrito para António Feio pela sua filha Catarina. Não o chegou a ler. Está a ser musicado e vai integrar o primeiro álbum de originais de Catarina Feio.
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